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terça-feira, 16 de julho de 2013

O Despertar

            
Por Daiane Brito
"A mente que se abre a uma nova ideia, jamais volta ao seu tamanho original" 
                                                     Oliver Wendell Holmes

Essa frase ilustra e dá início a mais um post deste blog.

Tema do 2º post: Escreva algo relacionado às aulas, ao curso. Muito vago, muito amplo. Pensei, pensei, tive varias ideias, que de inicio pareciam boas, mas não se mostraram tão boas assim no desenvolvimento. Outras vieram e se foram e nenhuma delas nem de longe davam aquela sensação de certeza que tenho quando começo a escrever algo.
O que não me dei conta era de que a ideia estava dançando o tempo todo diante de mim, só não havia enxergado, até que me sopraram a sombra do que hoje ela se tornou.
Consciência. Acho que posso defini-la assim. Esse tempo de curso me trouxe a consciência na forma de percepção. Deixando um pouco de lado todas as novas informações, o convívio com gente completamente diferente de mim e as experiências vividas, vou falar desse abrir de olhos.
Catedral Metropolitana, CCBB, Casa das Rosas, CCSP, Aclimação, Cambuci, Luz, Liberdade, Centro e todos mais em que estivemos pessoalmente ou em sala. Já conhecia a maioria deles. Ou achava que conhecia. Nesses meses de curso redescobri o que levei anos para descobrir.
Perspicácia, René Magritte, 1936
Hoje me pergunto como é possível ter entrado tantas vezes na Catedral Metropolitana, digo Catedral da Sé, e não ter percebido os elementos brasileiros na arquitetura, ou não ter visto que o desenho em mosaico no saguão do CCBB é uma flor de lótus?
Antes: Nossa que igreja bonita! Toda trabalhada e tão cheia de detalhes...
Hoje: Nossa, olha aquelas colunas, o capitel parece coríntio... A torre é gótica, mas tem arcos plenos, neoclássico...

Agora ando por aí prestando atenção em fustes e rosáceas, construções coloniais e no exagero do barroco, nos vitrais e simetria. Até no trabalho, reparo no chefe, na apresentação de resultados, vejo se está olhando para todos, se articula bem, se tem um movimento de mãos ou se no final solta um "é isso".
Esse abrir de olhos veio de forma completa, me trouxe coisas que talvez não acontecessem fora do curso, e nisso destaco a acessibilidade. Tivemos oportunidade de estar com pessoas que necessitam dela para viver e vimos que ainda falta muito a ser feito para que elas tenham o mínimo. Fomos deficientes visuais por alguns minutos numa caminhada pelos arredores do Senac e não duraríamos uma semana... Aprender libras foi lindo, mesmo que para ser fluente seja preciso muita dedicação, essa iniciação que tivemos foi mais que suficiente para quebrar qualquer tipo de pré-conceito que pudéssemos ter.
O Pensador – Auguste Rodin, 1904

Se vamos ou não exercer a profissão de guias, não sei, a única certeza que fica é que todos de alguma forma mudaram. Nunca mais seremos os mesmos...

Fontes:

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