Por Angela Cardani
Situado na
Cordilheira dos Andes a 2.000 de altitude, declarado Patrimônio Cultural e
Natural Samaipata, localizado no Parque Arqueológico de Samaipata, está visível
somente 10% de toda a sua estrutura a qual se encontra oculta na floresta.
Esses vestígios são da civilização Inca, porém nesse lugar existiu uma
civilização anterior aos Incas: os Chanés que construíram uma vila ao redor de
uma pedra que foi lapidada. Estima-se
que eles tenham habitado aquele lugar no alto dos Andes entre os anos de 800 e
1300 depois de Cristo. Neste período, numa época em que não se tinha as
técnicas de construção (que depois, sim, seriam desenvolvidas pelos Incas),
eles esculpiram a pedra que mede de uma ponta à outra, 220 metros para servir
de abrigo e para a realização das cerimônias. Passados tantos séculos, ainda é
possível ver desenhos ao longo da pedra que reforçam um pouco mais a cultura
anterior aos Incas, os cultos, crenças e o estilo de vida de um período tão
longínquo. Uma escultura gigante e cheia de mistérios.
Não se sabe como esta civilização desapareceu. Ao que se acredita, não houve disputa de terras,
afinal, os Incas só chegaram 100 anos (ano 1400) depois do desaparecimento dos
Chanés. Com técnicas mais avançadas, se instalaram ao redor da pedra gigante.
Ao contrário dos Chanés, que esculpiram, os Incas construíram – com pedras
menores – as casas e toda a estrutura administrativa da vila.
O ponto foi
escolhido para driblar as áreas mais planas que já eram dominadas pelos índios
guaranis, exímios lutadores e conhecedores da região. Passou a ser chamado de
Forte pelos os espanhóis que dominaram a região mais tarde. O Forte também tem
teor místico, teor histórico, há o misticismo, é chamado “O Templo Mágico de
Samaipata”, talvez pelos símbolos que foram esculpidos na pedra, que era um
ponto de cerimônias. Mas o certo é que muita gente acredita que há algo
especial ao redor do forte, nativos creem que o forte é o único ponto do mundo
que sobreviverá ao fim dos tempos. Entre lendas e crenças, que povo andino
ainda realiza rituais no alto do forte, com danças e máscaras. “Alguns grupos
esotéricos vão uma vez por mês para colher a energia do lugar”. Foi sempre um
local sagrado – tanto na época dos Chanés quanto depois, para os Incas, e ainda
é para os andinos.
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